jueves, 23 de junio de 2011

VENTO


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VENTA FORTE LÁ FORA,

ESCUTA-SE SOMENTE O RUÍDO DO SEU SOM,

ADENTRANDO PELA JANELA ENTRE ABERTA,

RENOVANDO O AR COM SEU FRESCOR,

LIMPANDO A ALMA DE SUAS ENTRANHAS,

FAZENDO INSPIRAR AR PURO,

NUMA PACATA CIDADE DO SUL DO BRASIL,

CHEIA DE VOLÚPIAS,

CONDUZIDAS PELOS SEUS HABITANTES,

SEM MUITA PRODUÇAO,

MAS SIM, REPRODUÇAO,

DE MAIS SERES HUMANOS,

PARA JUSTIFICAR EXISTÊNCIAS,

PARA QUE O RECOLHER-SE,

TENHA SENTIDO,

ANESTESIAR OS SENTIMENTOS,

ACALENTAR O CORAÇAO,

DESPREZAR OS SONHOS,

NUM VIVER, MORRER.

OITAVO DIA



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NO PRINCÍPIO,

NAO HAVIA NADA

TUDO QUE SE PODIA OUVIR ERA MÚSICA.

NO PRIMEIRO DIA ELE FEZ O SOL.

ELE DÓI NOS OLHOS.

NO SEGUNDO DIA ELE FEZ A ÁGUA.

É MOLHADA.

MOLHA OS PÉS QUANDO SE CAMINHA NELA.

ENTAO ELE FEZ O VENTO.

ELA COÇA…

NO TERCEIRO DIA ELE FEZ A GRAMA.

QUANDO CORTA,

ELA CHORA

VOCÊ TEM QUE CONFORTÁ-LA.

FALAR SUAVEMENTE COM ELA.

SE VOCÊ TOCA NUMA ÁRVORE…

VOCÊ SE TORNA A ÁRVORE.

NO QUARTO DIA ELE FEZ AS VACAS.

QUANDO ELAS RESPIRAM,

É QUENTE.

NO QUINTO DIA ELE FEZ OS AVIOES

SE VOCÊ NAO OS ALCANÇAR

PODE VÊ-LOS PASSSAR.

NO SEXTO DIA ELE FEZ AS PESSOAS.

HOMENS, MULHERES E CRAIANÇAS.

EU PREFIRO S MULHERES E AS CRIANÇAS

PORQUE NAO MACHUCA QUANDO AS BEIJA.

NO SÉTIMO DIA PARA RELAXAR ELE FEZ AS NUVENS.

SE VOCÊ OLHAR ATENTAMENTE,

PODE VER UMA HISTÓRIA NELAS.

ENTAO ELE PERGUNTOU SE NADA ESTAVA FALTANDO.

NO OITAVO DIA ELE FEZ, GEORGES

E VIU QUE ERA BOM.

TEXTO RETIRADO DA PARTE FINAL DO FILME “OITAVO DIA”, DE JACO VAN DORMAEL, BÉLGICA, 1996.

GEORGES É UM HOMEM QUE POSSUI SÍNDROME DE DOWN QUE ENCONTRA POR ACASO UM EMPRESÁRIO, QUE NAQUELE MOMENTO ATRAVESSA UMA FASE DIFÍCIL DE SUA VIDA, NA QUAL SE VÊ SÓ E COM A RECUSA DE SEUS FILHOS EM VÊ-LO E TER CONVIVIÊNCIA COM ELE DEPOIS DO DIVÓRCIO COM A MAE DOS MESMOS.

É UMA GRANDE HISTÓRIA DO ENCONTRO DESSES DOIS HOMENS, NA QUAL CADA UM COM SUAS PECULIARIDADES, INTERCAMBIAM FACINANTES EXPERIÊNCIAS DE VIDA.

martes, 14 de junio de 2011

F L O R I A N Ó P O L I S



Faz tempo que nao vejo;

Lâminas sem defeito;

O sol escondido;

Rio Negro em desfecho;

Indios correm o risco;

Anti exploraçao;

No seu sejo resplandecente;

Ó Pai, livrai nos de todo o mal;

Porque estamos necessitando;

Onde está o ser HUMANO?

Liberdade para nós;

Isso que desejamos;

Sat nammmmmmmmm…

viernes, 10 de junio de 2011

IDOS E VINDOS




ESTADO FALIDO,

FUNDO ROMPIDO,

ROUBO E ALARIDO,

OUVIDO ENTUPIDO,

PARA VERBO METIDO,

AMOR COLORIDO,

SEM NENHUM CUPIDO,

FOGO ARDIDO,

RIO COMPRIDO,

PÁSSARO E ZUMBIDO,

CORPO CURTIDO,

TANGO E TRIGO,

VERBO PULIDO,

CORRER DO PERIGO,

REPOUSO TRAÍDO.

jueves, 9 de junio de 2011

O TEMPO NAO PÁRA


E O TEMPO NAO PÁRA


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Disparo contra o sol


Sou forte, sou por acaso


Minha metralhadora cheia de mágoas


Eu sou um cara


Cansado de correr


Na direção contrária


Sem pódio de chegada ou beijo de namorada


Eu sou mais um cara

Mas se você achar


Que eu tô derrotado


Saiba que ainda estão rolando os dados


Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não


Eu vou sobrevivendo sem um arranhão


Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos


Tuas idéias não correspondem aos fatos


O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado


Eu vejo um museu de grandes novidades


O tempo não pára


Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar


Às vezes os meus dias são de par em par


Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer


Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer


E assim nos tornamos brasileiros


Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro


Transformam o país inteiro num puteiro


Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos


Tuas idéias não correspondem aos fatos


O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado


Eu vejo um museu de grandes novidades


O tempo não pára


Não pára, não, não pára

Dias sim, dias não


Eu vou sobrevivendo sem um arranhão


Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos


Tuas idéias não correspondem aos fatos


O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado


Eu vejo um museu de grandes novidades


O tempo não pára


Não pára, não, não pára

“Cazuza”